Vida Ativa
Vida Ativa
18 Set, 2023 - 11:43

O meu bebé não dorme à noite! 5 coisas que deve saber e fazer

Vida Ativa

Os especialistas dividem-se nas opiniões e os pais sentem-se perdidos quando o seu tão desejado bebé não dorme. Vamos tentar ajudar.

Bebé não dorme

A chegada de um bebé é um momento único da vida de uma família. Vem acompanhada de dúvidas, inseguranças, alegria e felicidade imensas, mas também de drásticas mudanças de rotina, nomeadamente de rotina de sono. Privados do sono, exaustos, desesperados e sem saber a quem recorrer é como muitos recém-pais se sentem quando o tão desejado bebé não dorme à noite.

Bebé não dorme: o sono dos bebés

Licença de amamentação prolongada: bebé a dormir no colo da mãe

O sono é de extrema importância. É um indicador relevante acerca do desenvolvimento do bebé, da sua maturação e do seu estado de saúde. Por terem noção desta importância, muitos pais desesperam e sentem-se frustrados quando o seu bebé não dorme.

Apesar de habitualmente estar associado à sensação de descanso e relaxamento, o momento do sono pode transformar-se num momento particularmente difícil e angustiante. Importa, pois, conhecer em maior detalhe o sono do bebé.

O sono é um estado fisiológico normal, caracterizado pela supressão da atividade percetiva e da motricidade voluntária, com diversos graus de profundidade. Tem uma função protetora do organismo, na medida em que permite a reparação e a recuperação após atividade.

As mudanças mais abruptas nos padrões de sono ocorrem nos primeiros 12 meses de vida, mas ao longo de todo o desenvolvimento infantil existe uma rápida e grande variação na quantidade e distribuição do sono. À medida que as crianças amadurecem, altera-se o tempo total que despendem com o sono, bem como diminui a quantidade de tempo que passam em sono profundo.

O que acontece é que com o crescimento e desenvolvimento do bebé, o padrão de sono vai mudando devido às mudanças neurofisiológicas e de desenvolvimento nas estruturas do sistema nervoso central. Deste modo, a quantidade de sono ativo diminui e a quantidade de sono calmo aumenta e vai-se tornando dominante.

Este rápido desenvolvimento ajuda a explicar alguma fragilidade do sistema de organização do sono do bebé, justificando a dificuldade de instalação do ritmo dia-noite e os frequentes despertares do bebé.

O impacto do bebé não dormir não afeta apenas o mesmo. Os pais podem também sentir stress e fadiga, aumento da irritabilidade e da sonolência diurna, bem como perturbações no seu próprio desempenho diário. Por isso mesmo, vamos conhecer melhor qual o impacto no sono dos pais quando o bebé não dorme.

E o sono dos pais?

Mãe a deitar bebé no berço

Se o bebé não dorme, os pais também não dormem. Qual o impacto do nascimento do bebé na qualidade de sono dos pais? É enorme, já que é comum que os episódios de choro dos mais pequenos interrompam vezes sem conta os ciclos de sono dos pais. 

O ciclo de sono de um recém-nascido é regulado de acordo com as suas necessidades alimentares e demais necessidades e vai sofrendo várias alterações ao longo do seu desenvolvimento. Tal, leva a que os pais experienciem um sono fragmentado, não reparador. Mais ainda, como os padrões de sono dos pais e do recém-chegado bebé são muito distintos, é comum que os pais sintam que quer a quantidade, quer a qualidade do sono diminuem. 

As queixas mais comuns dos pais de recém-nascidos com uma má qualidade do sono são a sonolência diurna excessiva e a insónia provocadas pelos despertares causados pelo recém-nascido que têm um padrão de sono que não é compatível com o dos pais.

Estas alterações ao nível do sono dos pais podem ter consequências negativas ao nível da sua saúde e bem-estar geral, com repercussões significativas na vida pessoal, familiar e profissional.

Exemplos de alimentos para dormir bem
Veja também Alimentos para dormir bem: o papel da melatonina

“O meu bebé não dorme à noite!”

5 coisas que deve saber e fazer

Mãe a tentar adormecer o bebé

Quando o bebé não dorme o suficiente e os pais acusam cansaço e frustração é importante que procurem ajuda junto de profissionais de saúde, devidamente habilitados, de forma a garantir uma ajuda qualificada, baseada em evidência científica.

Para além de procurar ajuda especializada, há pequenas mudanças e conhecimentos que podem fazer toda a diferença.

1

Criar um ambiente amigo do sono

Importa filtrar a informação sensorial excessiva para evitar que o bebé entre em sobrecarga, procurando regular a quantidade e o tipo de estimulação recebida.

Na hora de dormir, o ruído deve ser reduzido (evitar sons de telemóveis, fechar com cuidado as portas, diminuir o tom de voz), a luminosidade deve ser diminuída e a temperatura adequada.

2

Ter uma rotina consistente

Uma rotina é um conjunto de comportamentos observáveis e repetidos que, num ambiente consistente, ocorre com regularidade e previsibilidade. É desejável que exista uma rotina que anteceda o deitar.

Esta rotina deve incluir a hora de deitar e as ações que antecedem a ida do bebé para o berço, os procedimentos de adormecimento, a hora de levantar e as ações que lhe estão inerentes, assim como as eventuais sestas diárias.

Uma rotina consistente é benéfica na medida em que garante a previsibilidade necessária para a redução de ansiedades relacionadas com o sono. Um ambiente consistentemente estruturado reduz a ativação da criança para estímulos externos, induz um estado calmo e propício ao adormecimento e sono adequados.

A rotina deve ser desenhada e adequada a cada família e a cada bebé. Pode incluir ações diversas como o banho ao final do dia, vestir o pijama, escovar os dentes, contar uma história, cantar canções de embalar, entre outras.

3

Recorrer a objetos transacionais

A utilização de objetos transicionais (por exemplo, chupeta ou peluche) pode ser útil quando o bebé não dorme.

Estes objetos devem estar repetidamente presentes no deitar, de forma a facilitarem a transição entre a vigília e sono, proporcionando aos mais pequenos conforto e segurança.

4

Ter uma expetativa realista

Dormir a noite toda é o sonho de qualquer pai/mãe em privação de sono, mas há que ter expectativas realistas, de modo a diminuir a frustração sentida.

Nos primeiros meses de vida, o bebé não distingue facilmente o dia da noite e segue um ritmo biológico (regulado em períodos de 3 ou 4 horas) marcado pela necessidade de alimentação.

Progressivamente, o bebé vai adquirindo o ritmo dia/noite e começa a compatibilizar os períodos de sono, refeição e momentos de interação com os dos demais familiares.

5

Aprender a reconhecer os sinais de sono

Deitar o bebé quando ainda sonolento, antes de adormecer, pode ser uma mais-valia, para que o bebé, estando relaxado, aprenda a adormecer de forma mais autónoma.

Para tal, importa aprender a reconhecer os sinais de sono. O mais óbvio é o bocejar mas existem outros sinais importantes (determinado tipo de choro; mexer na orelha; esfregar os olhos).

Conclusão

De facto, há pequenas dicas, mudanças e estratégias que podem ajudar as famílias a ultrapassar as dificuldades e consequências da privação do sono.

Todavia, importa ressalvar a individualidade de cada bebé e de cada família, ou seja, estas dicas e estratégias devem ser sempre adaptadas à realidade de cada bebé e família.

Para tal, é fundamental consultar um profissional de saúde devidamente qualificado e disponível para ajudar.

Veja também

Artigos Relacionados